1) COMO SABER SE MEU FILHO ESTÁ USANDO DROGAS?

Observação: Prestando atenção no comportamento de seu filho. Verifique se: 

  • Passa muito tempo fora de casa;
  • Vem apresentando problemas na escola (faltas, queda no desempenho etc);
  • Mente;
  • Mudou seu comportamento (está mais agressivo, mais distante)
  • Some com objetos de valor;
  • Apresenta olhos vermelhos e irritados;
  • Modificou exageradamente os hábitos alimentares;
  • Evita a companhia dos familiares, preferindo ficar isolado no quarto;
  • Porta colírios, cachimbos e outros objetos estranhos. 

2) OBSERVE AS COMPANHIAS DE SEU FILHO, LUGARES QUE ELE FREQUENTA E SEU COMPORTAMENTO NAS REDES SOCIAIS

Esses são alguns indícios do uso de drogas, porém é ideal que os pais ou responsáveis troquem impressões entre si e tentem uma conversa franca com o adolescente (sem agressões e acusações). Na dúvida, procurem ajuda, seja de um profissional ou grupo como Amor Exigente. 

3) QUAIS SÃO OS TIPOS DE INTERNAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS? 

São três tipos: 

Voluntária: o dependente que solicita voluntariamente a própria internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O término da internação se dá por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico responsável. Uma internação voluntária pode, contudo, se transformar em involuntária caso o médico responsável identifique essa necessidade. 

Involuntária: É a que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiros. Geralmente, são os familiares que solicitam a internação do paciente. É necessária a indicação de um médico psiquiatra. 

A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público do estado sobre a internação e os motivos dela e o prazo máximo é de 90 dias. 

Compulsória: nesse caso não é necessária a autorização familiar. A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a própria condição psicológica e física, colocando em risco a própria vida ou de outros. O juiz levará em conta o laudo médico e o histórico do paciente.  

4) COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA? 

Um médico de família, um psiquiatra ou um profissional de saúde mental qualificado normalmente diagnosticam abuso de substâncias. Os achados clínicos geralmente dependem da substância abusada, da frequência de uso e do tempo decorrido desde o último uso e pode incluir: 

  • Perda de peso 
  • Fadiga constante 
  • Olhos vermelhos 
  • Pouca preocupação com a higiene 
  • Alterações de humor constantes 
  • Anormalidades inesperadas na frequência cardíaca ou na pressão arterial 
  • Depressão, ansiedade ou problemas de sono. 

5) ONDE POSSO INTERNAR MEU FAMILIAR? 

São três tipos de estabelecimentos: 

– comunidade terapêutica: a lei permite que as comunidades terapêuticas recebam apenas internações VOLUNTÁRIAS.  

– centros de tratamento do tipo clínica médica: para receber internações INVOLUNTÁRIAS esses estabelecimentos devem possuir equipe multidisciplinar e médico responsável, sendo devidamente registradas no CRM Conselho Regional de Medicina. Esse tipo de estabelecimento não recebe casos de dependência química grave que exijam equipamentos de suporte a vida. 

– hospitais psiquiátricos: podem receber internações INVOLUNTÁRIAS e atender surtos psicóticos causados pelo uso ou abstinência com suporte de apoio a vida. Indicados para desintoxicação em casos de dependência grave. Período curto de internação. 

6) COMO SABER SE O LOCAL PARA ONDE ESTOU ENCAMINHANDO MEU FAMILIAR É SEGURO? 

A família deve procurar referências do local, pode consultar os números de registro das licenças do estabelecimento. Procure conhecer o local e os profissionais. Desconfie de estabelecimentos que cobrem valores baixos e vendem uma infinidade de serviços. É impossível manter uma equipe multidisciplinar, médicos, boa estrutura e alimentação por valores irrisórios principalmente quando falamos de internação involuntária. Lembre-se que a saúde e segurança de seu familiar deve vir em primeiro lugar. 

7) PORQUE A INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA É MAIS CARA?  

A resposta é simples: para um estabelecimento manter um paciente internado involuntariamente os custos são altos. As exigências dos órgãos de fiscalização são muito maiores, como equipe técnica com experiência comprovada, médicos, instalações, funcionários para monitorar o paciente, terapeutas disponíveis para gerenciar momentos de crise, ou seja, são mais funcionários necessários para promover a segurança e o cuidado com o paciente. Isso tudo com objetivo de trabalhar no paciente a aceitação da necessidade de ajuda. Um bom trabalho é realizado através da conscientização. No caso de hospitais psiquiátricos os custos são ainda mais elevados, pois os serviços oferecidos exigem equipamentos de suporte a vida para os casos em que seja necessária contenção mecânica ou medicamentosa, bem como maior equipe médica e de enfermagem. 

CUIDADO COM  “ARAPUCAS” 

Infelizmente há locais que não oferecem estrutura adequada e mantêm o paciente internado usando castigos físicos e psicológicos, fechados em quartos com tranca, sedados com medicamentos. Esses locais não promovem recuperação e só trazem prejuízo ao paciente, as famílias, e a todos estabelecimentos que trabalham de forma legal e idônea. 

8) NÃO TENHO DINHEIRO PARA INTERNAR MEU FAMILIAR, O QUE DEVO FAZER?  

Procure a saúde do seu município, o CAPS mais próximo, e caso a prefeitura local não ofereça tratamento adequado vá até o Ministério Público e fale com o promotor. Alguns municípios só procedem internações caso haja uma ordem judicial.