O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher
apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove.
Fernando Sabino
Ah! A vida. Que coisa maravilhosa a desfrutar. E recebemos gratuitamente por bênção de Deus, e muitos que estão aqui hoje são favoráveis a que outros não venham, apoiando o aborto.
Quanto mais simples for a nossa vida, mais fácil alcançar a felicidade.
O sábio grego Sócrates, antes do Cristo, já havia revelado uma fórmula prática de aperfeiçoamento nesta existência e também para resistir às tentações inferiores: “Conhece-te a ti mesmo”.
Os espíritos superiores responderam ao pedagogo francês Allan Kardec que há uma medida de felicidade que deve ser comum a todas as pessoas. “Com relação à vida material, consiste em possuir o necessário. Com relação à vida moral, consiste na consciência tranquila e na fé no futuro”.
Lindo, não? Porém, tornamos difícil de praticar. Porque aprender a praticar o desligamento material e emocional exige exercício, viver com o necessário muitas vezes só aprendemos na velhice ou na hora da passagem para a vida espiritual.
Sim, este é um dos itens do “Top cinco dos arrependimentos daqueles que estão para morrer” relatados pela enfermeira Bronnie Ware ao jornal britânico The Guardian: “eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz”.
A enfermeira, agora escritora, relata: “Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida, que a felicidade é uma escolha”.
Cita a zona de conforto e dos hábitos cristalizados: “As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões”. Na minha experiência, com terapia de recuperação em dependência química, percebo que demora para o paciente admitir ter uma doença – sempre está se justificando e, inclusive, com aqueles jargões simplórios “eu bebo por que gosto; não sou viciado; paro quando quiser”.
Outro hábito hoje em dia muito cristalizado é o sedentarismo. No Brasil, segundo estudo, 56,9% das pessoas (o que representa mais de 122 milhões) estão com sobrepeso, incluindo aí os 26,8% de brasileiros obesos. O problema é maior entre as pessoas do sexo feminino. Enquanto 55,6% dos homens pesam mais do que deveriam, entre as mulheres o índice chega a 58,2% (IBGE, 2013). Hoje o sedentarismo e a obesidade são fatores agravantes para quem contrai a covid-19.
E o comodismo da vida leva a outras comorbidades, por exemplo: 5 milhões de pessoas morrem por ano de doenças causadas pelo sedentarismo, 40% dos brasileiros e 50% das brasileiras não praticam atividade física, 40% da população mundial dorme mal e 40% dos brasileiros têm algum problema para dormir.
Mudança no estilo de vida e novos comportamentos são fundamentais para a saúde. Valorizemos bem as coisas simples do dia a dia, as pequenas coisas… um dia descobriremos que elas eram grandes e essenciais para nossa vida!
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME