Perdão movimenta nossas energias e gera saúde

 

Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente. Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.

Chico Xavier

 

A recomendação do jovem Nazareno, que não envelheceu (desencarnou aos 33 anos), é de que, se queremos a perfeição, perdoemos, oremos e façamos o bem aos nossos inimigos, assim como Nosso Pai deita a chuva sobre os justos e injustos e levanta o sol sobre bons e maus.

Visitei Chico Xavier por três vezes: quando eu me casei com a Izabel; quando nasceu nosso primeiro filho; e por último, com amigos espíritas. Nesta ocasião, solicitamos mensagens mediúnicas do poeta capivariano Rodrigues de Abreu. Não conseguimos, mas ganhamos junto à vida do médium preciosos exemplos de humildade, benevolência e caridade (prática do amor ao próximo).

Ouvimos muitos ensinamentos dele, e essas duas preciosidades que seu mentor, Emmanuel, havia transmitido, quando ele questionou sobre perdoar 70 vezes 7 a uma pessoa; o espírito benfeitor ajustou: “Cada ofensa, Chico, cada ofensa”. De outra feita, o amigo Emmanuel veio trazer a notícia de que um benfeitor deles havia retornado à espiritualidade.

– Quem? – pergunta o médium.

– O padre, Chico – responde o guia espiritual.

– Como, “benfeitor”? Ele falava mal de mim nos seus sermões, questionava e desacreditava da minha mediunidade.

E o instrutor do médium, sereno, finaliza a lição:

– Ele foi o instrumento para que praticássemos o perdão, temos que agradecê-lo por nos dar a oportunidade de mostrar que estamos melhorando, já somos capazes de perdoar algumas coisas.

Assim vamos aprendendo que a sabedoria superior nos convoca ao perdão e, em nossa limitação inferior, ainda nos magoamos.

Um mote popular nos ensina que o primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso, o primeiro a perdoar é o mais forte e o primeiro a esquecer (compreender a ignorância do ofensor) é o mais feliz. Consequentemente vamos aprendendo que, perdoando, deixamos de julgar e condenar, e que com conversa ou sem aprendemos a respeitar os outros, e nos afastamos das rivalidades desnecessárias, conquistando energias positivas para nossa vida.

A poetisa Maria Dolores escreveu este mantra sagrado (1): “ Sempre que o mal te visite, pede a Deus te conceda a coragem de perdoar”. (2)

A coragem é uma força que vem da determinação e da confiança em si mesmo e também no poder de Deus. A coragem é uma energia moral que nos leva a enfrentar os perigos e as dificuldades com ânimo e boa vontade. É sábia essa oração que diz: “Senhor, conceda-me coragem para modificar as coisas que posso mudar”. Porque somos senhores da nossa vida e das nossas escolhas, e perdoar é saudável para nosso corpo e para nossa alma.

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME

1) Para os budistas, sílaba ou frase sagrada à qual se atribui um poder espiritual.

2) Maria Dolores (Chico Xavier) – Perdão e vida – CEU.