A importância do estudo é que ele nos exige um olhar para dentro, o autoconhecimento, sem o qual não há evolução e nem felicidade.
Donizete Pinheiro
Bertrand Russell, escreveu: “Eu encontrei um dia na escola um menino de tamanho médio maltratando um menino menor. Eu o repreendi, mas ele respondeu: ‘Os grandes me bateram, assim como eu bati nos menores; para mim isso é justo’.”
E concluiu o filósofo: “Nestas palavras ele resumiu a história da raça humana”.
Bertrand Russell (1872-1970) viveu bem e bastante, até os 97 anos. Teve quatro casamentos e cinco filhos, foi premiado com o Nobel de Literatura em 1950, e trabalhou nas melhores universidades: na Inglaterra, na London School of Economics e nos Estados Unidos em Harvard, Califórnia, Chicago.
E o que defendia sua filosofia? Que a escola deveria ensinar o aluno a avaliar argumentos e evidências para pensar por si mesmo.
Semelhante à teoria de Sócrates (470-399 a.C.), de partejar as ideias, que floresceu e modificou a filosofia ocidental, expressão que tradicionalmente é designada de maiêutica (que é a arte de conduzir alguém a produzir o próprio conhecimento por meio de perguntas). Para o ateniense, o mais importante é saber o que é bom, o que é certo, o que é justo, ou seja, estabelecer um conhecimento que ajude a pautar uma conduta correta para o ser humano.
Da mesma forma, o mestre Jesus usava dessa técnica junto aos que o indagavam com novas questões; veja no Evangelho: o doutor da lei (Lucas 10:37), o jovem rico (Mateus 19:21), o pagamento de impostos (Marcos 12:13-17) e a mulher adúltera (João 8:3-11).
E o Nazareno, que não envelheceu, pois retornou à Pátria Espiritual (seu Reino) aos 33 anos, nos ensinou que a caridade, que é o amor em ação, deve ser assim entendida: como benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão às ofensas. O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. (1)
Benevolentes são as pessoas que mudam nossos dias, com paciência, serenidade e boas palavras. Que tenhamos a mente aberta para ouvi-las com humildade para nos transformarmos em melhores pessoas.
A existência na Terra é uma prova difícil para todos nós. Engana-se quem acha que aquele que tem poder, outro que tem fama, outro que tem riqueza, ou saúde, estão vivendo uma vida fácil.
Aprendamos a não querer imitar as respostas da vida de outras pessoas porque as suas perguntas e suas dificuldades podem ser bem mais difíceis do que as nossas.
Pensemos nisto antes de julgarmos nossa vida pela dos outros, e nos empenhemos para proporcionar àqueles que caminham conosco o amor, a sabedoria e a justiça, pois, com essas sementes levaremos o otimismo e a paz.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME
1) Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Q. 886 – Editora EME.