O CVV e o movimento pela prevenção do suicídio,
ligação gratuita 24 horas por dia, ligue 188. Falar é a melhor solução.
Você sabe quantas pessoas nasceram e quantas morreram em Capivari, no ano de 2021?
Em 2021 o número de nascimentos foi de 641 crianças ou seja 10,9% a menor que em 2020 com 711, já o de óbito foi de 620 pessoas, superado em 54,2% o ano anterior que faleceram 402 indivíduos; informações colhidas junto ao Cartório de Registro Civil de Capivari.
Para onde vão e de onde vêm essas almas?
A resposta é de Jesus no evangelho de João, 14:1-2: “Crede em Deus, crede também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas”.
Antes de nascer, viemos de uma colônia espiritual. Se existe uma Capivari material, existe outra Capivari espiritual.
As notícias de casamentos, aniversários e nascimentos são todas estampadas nos jornais com notas de alegria e festa, já percebeu isso? E as notas de falecimento, com pesar e dor.
Por que nos acostumamos a agir assim?
Deveríamos encarar tanto a chegada quanto a partida de alguém com o mesmo espírito de alegria e gratidão, pela confiança em Deus e na imortalidade da alma, pois, quando alguém nasce, vem estagiar temporariamente aqui, e depois retorna à Vida Verdadeira (a espiritual).
Gosto muito do que o médium mineiro psicografou dos espíritos, mas também aprecio muito a sua sabedoria e seus comentários pessoais, como este, onde Chico Xavier diz: “Devemos aceitar a chegada da chamada morte assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança de que, em breve, de novo há de raiar o sol”.
Escrevo este texto pensando em uma situação dolorosa para muitas famílias: quando pessoas, jovens ou não, se acidentam e, em estado de coma, com traumatismo, chegam a ser declaradas clinicamente mortas, e seus familiares são convidados a conversar se aceitam fazer a doação de órgãos.
Na verdade, para aquele que vai ter o aparelho desligado, e seu corpo sepultado, não vai fazer diferença alguma. Seu espírito está sendo liberto das amarras da matéria física. Por que não aproveitar o material que pode servir para outros sobreviverem com qualidade de vida, doando seus órgãos e tecidos para transplantes?
Conhecemos um relato que (posteriormente) emocionou muito a família: um paulistano que havia cometido suicídio, e como fosse doador das córneas, desferiu o golpe fatal contra o peito; no Além, sofreu as consequências do equívoco cometido, as angústias de seus familiares e, depois de alguns anos de martírio, foi socorrido espiritualmente, pela intercessão do jovem cego que recebera suas córneas, e que orava todos os dias pelo seu benfeitor.
Lembro disso, agora em 27 de setembro, quando se comemora o dia do doador de órgãos e tecidos, porque o suicida, suplicando perdão aos pais e irmão, do desatino que fora o seu gesto infeliz, diz: “Até eu que não pensei no amor do próximo, estou sendo abençoado por uma atitude impensada”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME