Assim como o bafômetro detecta o uso de bebidas alcoólicas por meio do ar expirado pelo condutor, o drogômetro identifica a ingestão de drogas,
normalmente por meio da saliva.

 

Em 2022, no período do carnaval, a Polícia Rodoviária Federal anotou um aumento de 16% de mortes nas estradas federais (106 vítimas fatais), aumento no número de acidentes graves e também de feridos em relação ao ano anterior.

De acordo com o coordenador geral de inspeção viária da PRF, André Azevedo, o ano passado não foi pior porque houve um aumento de efetivos na fiscalização nos feriados de mais de 10% de agentes a cada dia da Operação.

Em 2023 completa 15 anos, em 19 de junho, da Lei 1.705, conhecida como Lei Seca. Uma parcela de motoristas brasileiros ainda não percebeu que essa é a melhor direção a seguir – infelizmente, mudou pouco o comportamento das pessoas em relação ao álcool, às drogas e à direção.

A fiscalização apontou em 2022 que a cada 31 testes de bafômetros realizados nas estradas, um condutor foi flagrado dirigindo sob o efeito de álcool, totalizando mais de 2,5 mil autos de infração.

Com o bafômetro não há como negar, e o exame de sangue também, mas, muitos, pelo favorecimento próprio da lei, se negam a prestar essa informação.

Uma das características do alcoolista/adicto é que ele nega, mente e manipula, além de ser desonesto, e deve vir aí o quanto antes o drogômetro, que vai apontar o uso de substâncias psicoativas no organismo de quem está dirigindo. No Brasil, ainda estão em testes, e é bom que comece a funcionar logo para que seja mais uma forma de evitar maiores estragos e funcione como repressão ao uso de drogas.

Mesmo com o estabelecimento da lei, de campanhas e fiscalização, ainda há um processo lento de transformação no comportamento dos motoristas. Vemos que alguns acidentes que acontecem são inconcebíveis, pela formação e conhecimento do motorista, mas que não renuncia a beber ou usar drogas e dirigir.

A fiscalização é ainda inoperante em várias partes do país, falta atuação mais dirigida e constante. Outra questão é que, em períodos mais propensos ao abuso do álcool, como os feriados prolongados, em festas, época de férias, carnaval, as campanhas prevalecem; entretanto, deveriam acontecer o ano todo.

O brasileiro gosta de dar um jeitinho, ele quer evitar blitz. Precisa despertar a consciência para evitar acidentes e mortes, muitas vezes com vítimas inocentes do outro lado e da sua própria família e amigos.

Em cada onze autos realizados por beber ao volante, um condutor foi preso por estar acima do limite previsto em lei, somando 215 prisões por embriaguez, nos sete dias de carnaval em 2022, pela PRF nas estradas.

Com a euforia coletiva que predomina durante quatro ou cinco dias em um país imerso em corrupção e problemas de desigualdade social, o povo, que passa por tantas tragédias, parece se esquecer de tudo durante o carnaval.

“Que cara chato! Deixa o povo ser feliz, pelo menos no carnaval, Arnaldo”…

É um direito, sim. A sociedade tem o seu livre-arbítrio, assim como os indivíduos. Entretanto, quem tem um pouco de espiritualidade não pode fazer apologia dessas festas carnavalescas que anestesiam as consciências. Nessas ocasiões podem ocorrer muitos incidentes de percurso que cobrarão duras penas aos envolvidos. E quem ama deseja sempre o melhor para o seu próximo.

            Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo