Neste educandário que chamamos Terra, a bondade Divina tem enviado muitos filósofos, profetas, para nos ensinar a lei do amor e a busca da sabedoria. Um dia, o Criador enviou Jesus, um de seus filhos prediletos, porque já vive essa Lei.
Quando aceitamos o Cristo, que significa “enviado”, como nosso Guia e Modelo, a existência passa a ser uma estação de luz, exigindo de nós a cordialidade, a hospitalidade, a fraternidade e a caridade no corredor do nosso coração. Isso é o ideal.
Vejamos o que disse William Shakespeare há muitos séculos: “A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial”.
E conclui o grande poeta inglês: “O homem roubado que sorri, rouba alguma coisa do ladrão”.
A sua paz de consciência, que é o mesmo que serenidade de espírito.
Muitos pedem a Deus que os livrem das tentações. E esquecem de se vigiarem, porque o inimigo mais perigoso que podemos encontrar será sempre nós mesmos, as nossas tendências, imperfeições e defeitos de caráter.
A Editora Cultrix publicou o livro Os mestres do Tao, que conta essa história de “O Ladrão de Machado”:
“Um homem perdeu seu machado. Ele suspeitou do filho do vizinho e se pôs a observá-lo. Seu jeito era o de um ladrão de machado; a expressão de seu rosto era a de um ladrão de machado; seu modo de falar era exatamente o de um ladrão de machado. Todos os seus movimentos, todo o seu ser eram a expressão exata de um ladrão de machado.
“Ora, aconteceu que o homem que havia perdido o machado, ao cavar, por acaso, a terra no vale, encontrou sua ferramenta.
“No dia seguinte, ele tornou a olhar para o filho do vizinho. Todos os seus movimentos, todo o seu ser nada mais tinham de um ladrão de machado.”
Outra história que corre na internet, sem definição de autor, fala de um professor que modificou a vida de um aluno ladrão com sua sabedoria e justiça; assim o aluno descreveu o momento em que o seu mestre devolveu o relógio ao seu dono:
“Você não me disse nada e nunca mencionou o episódio. Nunca disse quem roubou o relógio.
“Naquele dia, você salvou minha dignidade para sempre. Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Mas também foi o dia em que minha dignidade foi salva de não me tornar ladrão, má pessoa etc. Você nunca me disse nada e, mesmo que não tenha me repreendido ou chamado minha atenção para me dar uma lição de moral, recebi a mensagem claramente.
“E, graças a você, entendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME