A maior mensagem de todos os tempos na Terra,
ainda e sempre, é o Evangelho de Jesus.
Chico Xavier
Somos espíritos imperfeitos, buscando nossa perfeição na evolução que a Terra nos oferece. E errar não é pecado, é aprendizado, porque tem consequências. Todo mundo, mais cedo ou mais tarde, senta-se para um “banquete de consequências”, escreveu o novelista e poeta escocês Robert Louis Stevenson.
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá.” Nunca ninguém falou assim, com tanta convicção. Parece difícil a mensagem de Jesus, dura, abstrata, que faz refletir sobre aquilo que ainda não conseguimos imaginar, quanto mais acreditar – o poder de sobreviver à matéria, que é transitória, uma veste física que despimos no túmulo.
Sim, acreditar que somos espíritos estagiando num corpo. Depois de mais de 40 anos conversando com os espíritos através dos médiuns, vemos que muitos deles não acreditam que seu corpo morreu e que vivem, agora, numa outra dimensão (homens e mulheres que viveram aqui na Terra, que retornaram à Vida Espiritual e se recusam a admitir isso). Eles pensam que ainda vivem na Terra e querem suas coisas, seus bens, querem justiça, perseguem pessoas, embriagam-se e abusam de situações.
O maior exemplo de Jesus não foi ressuscitar os mortos, ou ressurgir no terceiro dia e passar quarenta dias com seus discípulos imperfeitos, porém, amados por ele. A maior realização do Mestre foi sua capacidade de ressuscitar os vivos que dormiam. Nem todos, infelizmente, acordaram.
Para muitos, a Páscoa significa renascer. É uma importante celebração dos cristãos em homenagem à ressurreição de Jesus.
E o maior feito de Jesus foi proporcionar a experiência de materialização de dois mortos, Moisés e Elias, no Monte Tabor, onde conversou com eles sobre o seu futuro, sobre sua morte na cruz e o retorno à vida espiritual. E a prova que concedeu dessa verdade foi aparecer a Maria Madalena e depois aos seus discípulos.
Esse momento de renascimento é também um momento de mudança. Que nesta data tão especial de reflexão, desse ressurgimento espiritual de Jesus, possamos nos lembrar daqueles que estão aflitos e sem esperanças; das mulheres com crianças, desesperadas por alimentá-las; das crianças marginalizadas e das pessoas na rua da desventura; enfim, de todos que sofrem amarguras…
Se não praticarmos a caridade, não haverá salvação. De nada valeu Jesus ter voltado e ter demonstrado que vive e se interessa por nós, se não conseguirmos sentir compaixão e amor pelo próximo.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME