O perdão é o remédio que nos recompõe a alma doente…
Esqueçamos o mal para que a luz do bem nos felicite o caminho…
André Luiz (Nos domínios da mediunidade, Chico Xavier – FEB)
A família é a primeira escola abençoada da vida, e nela voltam a habitar na Terra espíritos que muito se amaram e que muito se odiaram para aprender a lei do amor.
E como a maioria dos espíritos encarnados em nosso planeta é constituída de espíritos imperfeitos, as ambições, o egoísmo e a revolta acabam por explodir e infelicitar a muitos, além dos algozes que atraímos pelo desamor.
A recomendação de Jesus é para que perdoemos, pois assim nos libertamos das amarguras, mas isso não vai atenuar a lei de causa e efeito em relação aos desatinos dos outros. Tanto que, na cruz, o Mestre disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Espírito de vingança, revanche, ressentimento, mágoa, desforra, represália, castigo, punição, rancor ou ódio só vão gerar obsessão e dor.
Ao contrário, confiança em Deus, otimismo, trabalho, estudo, alegria, perdão, agirão em nosso favor, dando-nos sobriedade do corpo e da alma. E a maior riqueza continua sendo a consciência tranquila.
Experiências nos indicam que devemos viver no presente! Quantas vezes voltamos dez ou vinte anos para relatar amarguras do passado. Percebemos que mágoa e ressentimento são sentimentos mais comuns àqueles com dificuldade de perdoar e que sempre ficam remoendo esse passado. Retornar ao fato da mágoa em nossa mente é disparar cortisol, gerando sempre um mal-estar, porque, se constante em nosso organismo, o excesso desse hormônio (cortisol) pode dar origem a quadros de doenças como diabetes, hipertensão arterial e depressão.
Perdoar não é esquecer; é entender o que sente e o que aconteceu, e reconsiderar a situação do ofensor: era ele um ignorante, um doente, um necessitado de luz?
Considere que o primeiro passo para perdoar é a compreensão de como se sente sobre o fato ocorrido. A recomendação é buscar ajuda. Lembre-se: só é possível crescer emocional e espiritualmente se praticarmos o autoperdão.
Esta lenda antiga mostra que ainda estamos batalhando pelo nosso aperfeiçoamento, com choque de ideias e pensamentos interiores entre o bem e o mal:
Uma certa vez um velho índio disse: “Dentro de mim, existem dois cachorros. Um deles é cruel e perverso, e o outro, generoso e magnânimo. Os dois estão sempre em conflito, brigando em meus pensamentos!”
Quando alguém pergunta qual dos dois cães venceria a batalha, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimento, porque tudo que eu alimento cresce e se fortalece em ondas irresistíveis, porque eu as criei e delas cuido”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME