Ensina à criança o caminho que ela deve seguir;
mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar.

Provérbios 22:6

Com 70 anos, continuo aprendendo. Também sonho com lembranças de minha infância e adolescência, e consigo recordar no dia seguinte: por exemplo, de estar no ribeirão do Valezim nadando, ou no pontilhão da Fepasa, mergulhando sem medo da altura.

É natural que o corpo envelheça sem a nossa permissão – eu cheguei aos 70! Nossa alma só se aprimora ou fica vadia se nós permitirmos. Estamos aqui para embelezar o espírito, e não corpos, porém cuidemos dele. Sendo perto de 8 bilhões no Planeta Terra, o mundo está cheio de pessoas boas – nem sempre percebemos, e, se não as encontramos, sejamos uma delas.

Tenho aprendido que as coisas boas que realizamos e que guardamos na memória são sempre alentos e não envelhecem, porque nos enobrecem a alma.

Aprendo com os sábios, como o filósofo grego que revolucionou o pensamento ocidental, Sócrates, que afirmava: “A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer”. E com nosso bom baiano Ruy Barbosa, jurista, diplomata, tradutor desta sentença: “Os canalhas também envelhecem”.

Sabemos que os mentirosos, canalhas e corruptos podem nascer de nossas casas, ruas e cidades – e que eles também morrem. Eles semeiam e vão colher. Que não sejamos nós seus educadores, pais e companheiros, que nossa vida seja verdadeira e nobre de dia e de noite.

A experiência nos faz entender que o caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas equívocos, dores e envelhecimento. Os amigos são os semáforos – pare, escute, olhe e siga por si mesmo. E as luzes de ajuda, amparo e proteção chamamos de familiares.

O doador de nossas vidas e da liberdade de escolha, em torno do qual gravitamos e buscamos soluções, é chamado Deus – Ele nos dá em abundância: paciência, fé, educação, trabalho e amor.

Todos podemos errar um dia. Diante de um tropeço, levantemos a cabeça, pois é possível recomeçar. Em caso de dúvida – quem não as têm –, reflitamos e peçamos ao nosso Poder Superior para nos dar sabedoria na escolha.

Depois de alcançar algumas metas, outras surgem, e mais dificuldades… Calma, tudo pode se resolver no tempo, nada de atropelo, revolta, mágoa, e sim desejo de buscar a solução – com sabedoria.

A cada novo dia eu oro, para também encontrar essa sabedoria, e em algumas manhãs me lembro de ter sonhado com minha querida mãe – porque naquela noite deixei uma chuva fina, fria me amanhecer. Como é delicioso acordar com chuva – e possuir uma mãe para nos acolher.

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME