Grande parte das mulheres que habitam nosso planeta Terra já compreenderam que a maior missão do mundo foi dada à mulher através do poder de gerar a vida. Ela é o único transporte que o homem tem para chegar ao nosso mundo. Sim, a sábia mulher diz: “Cuido do meu corpo, mas antes, cuido do meu caráter, alma e espírito, sou imortal e filha do Deus amoroso”.
Nas páginas cristãs do espiritismo encontramos preciosas lições que alertam as mulheres para não se desviarem de seu papel na sociedade.
Nesses tempos de rede social, vemos algumas delas (assim como muitos homens) não mostrarem seu conhecimento espiritual ou generosidade, mas apenas falarem mal de seus parceiros, da sociedade, dos administradores, malhando os “judas”, ou focando apenas em mostrar suas belas formas físicas (muitas do presente, outras do passado, de formas belas que se foram).
André Luiz foi médico no Rio de Janeiro, onde, casado e com filhos jovens, veio a falecer. Em espírito, voltou a se comunicar, com o médium Chico Xavier e também em parceria com um médico, Waldo Vieira, de Uberaba-MG, que tinha a faculdade de se comunicar com os espíritos e que, entre tantas obras, recebeu o livro Conduta Espírita, publicado pela FEB, onde assim se expressa sobre a conduta da mulher:
“Compenetrar-se do apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico. Todo compromisso no bem é de suma importância no mundo espiritual.
“Afastar-se de aparências e fantasias, consagrando-se às conquistas morais que falam de perto à vida imperecível, sem prender-se ao convencionalismo absorvente. O retorno à condição de desencarnada significa retorno à consciência profunda.”
Poucas mulheres já detêm a consciência de que não podem ser escravas dos abusos e vícios do companheiro. Na clínica onde faço palestras e aconselhamento para recuperação dos pacientes, ouvi de uma mulher que havia internado o esposo: “Arnaldo, eu amo meu marido, mas sou feliz sem ele, porque eu me amo também”. Que bom! Esse é o exemplo a ser seguido.
O sacerdote católico Harold Rahm, nascido no Estado norte-americano do Texas, naturalizado brasileiro em 1986 e ordenado jesuíta no dia 14 de junho de 1950, em uma conferência no Hospital (espírita) Américo Bairral, na cidade de Itapira-SP, contou um pouco de sua história, dizendo que tinha dois alcoólatras na família.
Um irmão juiz que era alcoólatra e o próprio pai, que era médico e a quem, depois de muitas dificuldades na família, a esposa chamou para conversar e disse: “Nós amamos você, e não podemos viver assim. Você decide ficar conosco ou então com o seu whisky”.
A mãe daquela criança que se tornaria o sacerdote (o qual, dentre muitas realizações, trouxe o Amor Exigente para o Brasil) tinha consciência de sua essência e noção do que queria para sua saúde e para seus filhos. Ela era dona do seu destino e senhora do seu futuro.
Foi uma das mulheres que entendeu que a fé no bem e em Deus deve ser seu guia, e o amor, sua escolha. Levantando a cabeça, enfrentando seus medos e usando da prioridade de sua liberdade, deve ter pensado: “Eu me completo. Eu me amo. Eu me basto. Eu sou feliz todo dia!”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Gráfica e Editora EME
Publicado no jornal Correio de Capivari, edição de 10 de março de 2023