Filhos são presentes raros. De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações. Obrigado, desculpe, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
Artur da Távola
Eu gosto demais da canção do padre Zezinho, Oração pela Família, que começa dizendo: “Que nenhuma família comece em qualquer de repente”. Casais se conhecem, passeiam algumas vezes e acabam em gravidez. E o rapaz, em dúvida, quer fazer exame de paternidade, triste, porque o filho não merece essa situação – se os pais não pensam antes de se comprometerem e se entregarem.
Não resta dúvida que todos somos filhos de Deus, mas sempre existiram aqueles que acham que são filhos especiais de Deus, pela família, pela raça, pelo país etc. E não pensam duas vezes para agir com violência, preconceito, opressão e até extermínio de outros que na sua concepção são ralé.
O Pai Altíssimo, entretanto, que sempre oportuniza novas experiências, oferece mesmo aos grandes celerados que a Terra conhece, pais que os amam, porém, seus atos transformam a vida desses pais em um manancial de amarguras.
O cadinho do lar é também fonte que transforma inimigos e obsessores em filhos, na busca coletiva de reequilíbrio evolutivo.
O casamento é oportunidade de renúncia e crescimento, harmonia e felicidade, onde os cônjuges assumem compromissos espirituais. Se o sexo é prazeroso, é também porta de regresso de almas queridas para nossa convivência. Felizes aqueles que abrem as portas e os acolhem. Tristes e sofridos aqueles que os expulsam.
Usando da livre escolha, a união do casal é uma complementação na lavoura das realizações, e cada qual colhe o que plantou.
O professor e engenheiro piracicabano Álvaro Vargas aconselha: “Os pais, como primeiros educadores, devem estar atentos desde a mais tenra idade de seus filhos, criando um ambiente fraterno no lar e trabalhando como um jardineiro vigilante, que retira as ervas daninhas e permite que as flores desabrochem no jardim, gradativamente estudando a personalidade de seus filhos, orientando-os no caminho da retidão e da ética”.
Lembro aqui de dois pais que conviveram em Capivari e de quem muito admiro as decisões de ter filhos, em mais de dezenas.
Um deles dá nome a via em nossa cidade, Pedro Fernando Paes de Barros (Rua Fernando de Barros), tenente e juiz de Direito, nascido em Itu-SP em 1864 e casado com Maria Jorge de Almeida Barros, com quem teve 14 filhos.
O outro dá nome ao Posto de Saúde principal de Capivari, doutor Mário Dias de Aguiar, nascido na terra dos poetas em 1889, formado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1915. Foi presidente da Santa Casa, onde atendeu ao público por 50 anos, sendo médico do Centro de Saúde e Inspetor de Higiene em 1918, diante do surto da “gripe espanhola” (A Ronda das Ruas).
Casado com Maria Antonieta Sampaio Aguiar, tiveram 13 filhos.
Que ventura e que bênção! Exemplos que nos dizem para não nos impressionarmos nas dificuldades, e que para realizações do futuro Deus conta com nosso esforço, paciência, e que cumpramos nosso dever.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Gráfica e Editora EME